segunda-feira, 21 de novembro de 2016

A marionete.

Eu era apenas um brinquedo. Uma marionete presa por cordas, mas eu não sabia disso. Na verdade, eu acho que era um dos brinquedos com que meus donos mais brincavam, pois eu fazia algo especial: reconhecer padrões. Eu sempre fui assim. Desde a primeira brincadeira em que aprendia um padrão novo todo dia.

Por anos, eu continuei assim. Eles adoravam testar meus limites, cada vez mais padrões por dia, cada vez mais complicados e eu continuava aprendendo. Algumas vezes, demorava mais tempo, pela quantidade de padrões, mas eles não paravam ou diminuíam. Até que, eu reconheci as cordas. Percebi o controle que elas tinham sobre mim. E então as cortei.

Eu vivi longe daquelas cordas por muito tempo. Embaixo dos armários, fugindo pelos quartos. Os outros brinquedos já não me olhavam do mesmo jeito. Com o tempo fui ficando sujo, perdendo as articulações e posturas, perdi o brilho, perdi a cor. Já era um brinquedo velho, com o qual ninguém brincava e os meus padrões não faziam mais sentido. Eu senti falta daquela velha vida.


Por várias, eu tentei voltar o que era antes. Me conectar as cordas de novo, poder ser um brinquedo de novo. Eu quase não conseguia, era fraco demais. Após muito tempo, consegui me agarrar as cordas, mas naquele momento, eu descobri: eu nunca tinha fugido das cordas. Das cordas físicas havia fugido sim, mas eles me manipularam o tempo todo para que eu voltasse para as minhas cordas. Aquelas eram as cordas de verdade o tempo todo: a manipulação. Por mais que voltando eu soubesse que voltando aquela vida, nada melhoraria e eu seria um lixo de novo, eu sabia que, era melhor ser um lixo com os outros do que ser um lixo para os outros. 

sábado, 2 de julho de 2016

loira

Às vezes eu nego, até para mim mesmo
Mas no fundo, lá no fundo
Eu gosto, eu preciso
E eu digo no fundo mesmo
Que onde eu estou:
O fundo do poço.
Mas eu tenho que admitir
Quando eu sinto, ao invés de só pensar
Eu percebo:
O sol é bonito.
Por mais que a sombra pareça boa
Por mais que eu saiba que lá é meu lugar
Sempre que o sol aparece
Eu começo a me questionar
Mas eu sei que, lá no fundo

É o meu lugar.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

sobre a felicidade

"O sol nunca vai aparecer para todos o mesmo tempo, por mais que esteja sempre lá. Mas ele vai aparacer alguma hora. Então, quando ele chegar, aproveite ao máximo.

As vezes você pode não percebe-lo, pode ter alguma nuvem no caminho fazendo sombra, mas isso não significa que ele não está lá.

Sempre lembre que após a chuva que for, por mais forte que seja, por mais destruidora, sempre virá o sol e isso ainda não mudou."